Ensaio VII

 

Quero apenas me dissolver nas águas do oceano

Em uma rajada de espuma que vem e volta

Ver imagem abstrata em contorno pelo sol

Sendo desenhada contra o plano das ondas

Sem cordas que amarrem o convés, e sem vela

Que dite o caminho


Quero noite longa, opaca e quieta

Cheiro doce e quentura de presença discreta

Vento frio que pela janela passe

Um casaco marrom que todo o mundo abrace

A saudade de tempos e tempos e tempos

O canto da boca que sempre me lembro


Fios negros que se espalham com rajadas

O cetim azul mais escuro que puder tocar

Quero o borrar vermelho do doce gosto

Por mais tempo que o tic do relógio soar


Encarar o infinito escuro de pensamentos

Observar a janela que emoldura tal visão

E aos poucos do infinito me perder

Na tua boca perdendo a razão




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