Memorandos Eternos

Brando é o silêncio afagável de mil eras
Ao homem, a tua glória debaixo da terra se encerra
Que nem das mais notáveis vitórias e posturas,
Põe-se fim a interminável batalha das amarguras.

Melancólico e embrigado te fez teu coração,
Destonou a cor dos quadros de tuas paixões.
E à tua alma restou apenas as gargalhadas
Estas quais estraçalhadas, tristes e vazias de emoção.

Eis que nem o negro âmago místico de olhos alheios;
Á tua atenção já não é capaz de delirar em devaneios.
Entorpecido das infindáveis desgraças que lhe abatem;
Sóbrio seria ver tua tediosa face, caso lhe amassem.

Mas sabemos que diante tua supérflua existência,
Nem a tua obscura sombra ao teu lado rasteja.
Guarda ela o desgosta de ver teu amaldiçoado eu,
Esse que manifesta sem ternura e presença.

Morreu a dor, decrépito tornou-se o amor,
A chama que em tu abrigava tênues palavras,
Dedicou ao frio belas cartas de despedida,
E num ato circense, abandonou tua carcaça sem vida.

Lotadas estão as ruas de vazios iguais ao teu,
Aos poetas essa doença mente crepita uma bebida ofereceu;
Dançamos como escravos alucinados vendo a lua no apogeu.

Nomeado seja o ladrão de meus versos!
Culpado seja aquele que roubou meus póstumos gestos!
E ao meu ser, deixo tais esplêndidos memorandos eternos...

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